quinta-feira, 1 de maio de 2014

O dilema de Oswaldo

Oswaldo de Oliveira já definiu o Santos que entra em campo contra o Grêmio, no próximo sábado, pela terceira rodada do Campeonato Brasileiro. Volante em boa parte da temporada, Cícero jogará novamente como meia. Perde o Peixe. Não entendeu? Eu explico.

Cícero é o vice-artilheiro do time em 2014. Suas aparições na área são sempre motivo de preocupação para a defesa adversária. Sua capacidade de finalização, tanto com a perna esquerda quanto com a cabeça, é assombrosa de tão boa. Mas, para comandar a armação das jogadas, ele precisa fazer mais do que gols. É preciso se movimentar bastante e dar dinâmica. E isso o camisa 8 não faz.

Como disse, Cícero finaliza muito e bem. Mas se movimenta pouco. Muito pouco. É um dos jogadores que mais acerta passe no elenco santista. Mas não é cerebral. E entregar a missão de conduzir as ações ofensivas do Santos a um jogador com essas características pode ser um perigo. Se o ataque já dá sinais de que sofre com a falta de mobilidade de Leandro Damião, por que não se ressentiria da "preguiça" do seu camisa 8?


Oswaldo de Oliveira tem apenas um jogador com as características típicas de um camisa 10. Trata-se de Lucas Lima. Mas o técnico santista parece ainda não ter confiança suficiente para transformá-lo no maestro do time. Serginho, meia do time campeão da Copa São Paulo, era volante até outro dia.

Por isso, parece claro que o melhor seria manter Gabigol na posição. O garoto, assim como Cícero, não é cerebral, mas se movimenta bastante. Além disso, se entende bem com Leandro Damião e sempre encosta no camisa 9. Para completar, caso volte a jogar centralizado, ele abre espaço para o retorno de Geuvânio, o principal destaque do time na temporada - a despeito da acentuada queda de rendimento no último mês.

Então, Oswaldo, se você aceita um conselho, volte a armar o Peixe com o quinteto mágico (Cícero, Gabigol, Geuvânio, Thiago Ribeiro e Leandro Damião). Com Arouca segurando a bronca na "volância", Cicinho e Emerson ajudando pelas laterais, Neto e David Braz fazendo o papel na defesa, e Aranha salvando no gol, o time cresce. E o futebol brasileiro agradece.

Obs.: A foto é de Ricardo Saibun, do Santos FC.