segunda-feira, 28 de abril de 2014

Eles erram até quando acertam...

Dia desses minha namorada, disse que eu só escrevo sobre o Palmeiras. Mas que culpa tenho eu, Náyra, se o Palmeiras tem uma capacidade impressionante de se expor de forma negativa? O "Caso Alan Kardec" é mais uma prova disso. Depois de tentar por dois meses a renovação de contrato do camisa 14, o Alviverde viu seu artilheiro pular o muro e acertar com o São Paulo.

A história toda é bizarra - e foi contada pelo pai e representante do jogador em entrevista ao Fabricio Crepaldi, do GloboEsporte.com. Em entrevista coletiva, o presidente Paulo Nobre exaltou a preocupação com a situação financeira do clube como um dos fatores para justificar a negociação frustrada com Alan Kardec.

O que Paulo Nobre esqueceu de falar é que a saída do atacante se deu por causa de R$ 5 mil mensais. O Palmeiras não permitiu a saída do seu goleador porque não tinha dinheiro para repassar ao Benfica. O clube já havia aceitado pagar os R$ 14 milhões ao gigante português. O Alviverde não conseguiu renovar com Alan Kardec porque ofereceu R$ 215 mil e não os R$ 220 mil acertados anteriormente com o pai do atleta como salário.




Será que se não tivesse contratado Victorino teria sobrado um troquinho de R$ 5 mil para completar o salário de Alan Kardec? O zagueiro chegou em janeiro e segue sem condições de jogo. Mas isso não é novidade: ele não entra em campo desde setembro de 2012...

Será que se não tivesse contratado Paulo Henrique teria sobrado um troquinho de R$ 5 mil para completar o salário de Alan Kardec? Afinal, quando o ex-jogador do Santos foi contratado, o elenco já tinha à disposição Juninho (o titular) e William Matheus (contratado nesta temporada)...

Será que se não tivesse contratado Bruninho teria sobrado um troquinho de R$ 5 mil para completar o salário de Alan Kardec? Afinal, ele foi contratado para atuar como volante, mas foi lateral-direito na única chance que teve na temporada...

Eu acho que Alan Kardec não vale os R$ 14 milhões exigidos pelo Benfica. Mas também acho que Leandro não vale os R$ 8 milhões que o clube pagou por ele. E, convenhamos, Alan Kardec era bem mais importante para o time do que Leandro.

Alan Kardec era o único centroavante de nível que o Palmeiras tinha. Não é craque. Anda longe disso. É um jogador nota 7. Talvez 7,5. Mas Leandro é um jogador comum. Pior: um jogador nota 6 (se forçarmos muito, 6,5) em uma posição para a qual o Alviverde já tinha contratado Marquinhos Gabriel e Diogo.

O grande problema da austeridade palmeirense é que ela é seletiva. Serve para reduzir o salário do seu principal atacante, mas não para barrar contratações improdutivas ou desnecessárias. Vai entender...


Obs.: A foto é de Marcos Bezerra, da Agência Estado.

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